A X, de Elon Musk, anteriormente conhecida como Twitter, sofreu um revés legal quando um juiz federal decidiu contra sua tentativa de interromper a implementação de uma nova lei da Califórnia, a AB 587, que regulamenta a moderação de conteúdo on-line. Essa lei, que entrou em vigor apesar da oposição da X, exige que as empresas de mídia social com receita anual superior a US$ 100 milhões divulguem publicamente seus termos de serviço, especialmente como o conteúdo é moderado em suas plataformas.
Além disso, ela exige que essas empresas enviem relatórios semestrais ao Procurador Geral do Estado detalhando estatísticas sobre as ações tomadas para moderar conteúdo relacionado a discurso de ódio, extremismo, desinformação, assédio e interferência política estrangeira.
A ação judicial da X contra o estado da Califórnia argumentou que a AB 587 infringe a liberdade de expressão da empresa, alegando que ela obriga as plataformas de mídia social a se envolverem em discursos contra sua vontade e a assumirem posições públicas sobre questões politicamente carregadas. No entanto, o juiz distrital dos EUA, William Shubb, rejeitou essas alegações, afirmando que as exigências de relatórios da lei, embora potencialmente onerosas, não infringem injustificadamente os direitos da Primeira Emenda. Ele enfatizou que os relatórios exigidos são factuais, envolvendo dados objetivos sobre as ações da empresa e não são controversos em si mesmos.
Desde a aquisição de Musk por US$ 44 bilhões e a subsequente mudança de marca para X, ele se posicionou como um “absolutista da liberdade de expressão”, desafiando as abordagens tradicionais de moderação de conteúdo e restabelecendo contas anteriormente banidas. Essa postura gerou controvérsia, principalmente porque levou a um aumento notável do antissemitismo e da desinformação na plataforma, fazendo com que vários anunciantes retirassem seu conteúdo.
Apesar desses desafios e controvérsias, a nova regulamentação da Califórnia representa uma medida significativa para responsabilizar as plataformas de mídia social por suas práticas de moderação de conteúdo, exigindo transparência em um cenário frequentemente criticado por sua opacidade e arbitrariedade no tratamento do discurso on-line.